segunda-feira, 15 de junho de 2009

Curso Técnico de turismo ambiental e rural

Relatório da visita de estudo à Colónia agrícola de Martim Rei e Viveiro das trutas em Quadrazais



Trabalho realizado por:
Leonilde Gomes

Introdução

No âmbito do curso técnico de turismo ambiental e rural, foi organizada uma visita de estudo á Colónia agrícola Martim Rei, no módulo de Diversidade Agrária Regional sob orientação do formador Alberto Barata.





Objectivos




Esta visita realizou-se no dia 2-4-2009 com saída do Sabugal pelas 9horas da manhã e chegada ao local por volta das 9:06horas. Fomos recebidos pelo Eng. Emanuel Aguiar que no terreno nos falou do passado, presente e futuro da Colónia Agrícola Martim Rei.
Este local surge nos anos 30, como uma junta de colonização, após guerra colonial e com muitos emigrantes e retornados a entrarem em Portugal, foram escolhidos 39 casais para povoarem este local, aos quais foi atribuído uma casa e um pedaço de terreno para seu sustento, e explorarem o terreno sob orientação de uma junta técnica que dava apoio técnico aos novos colonos.
Neste momento ainda estão no local 2 casais residentes deste projecto inicial.
No final dos anos 80, a Colónia foi praticamente abandonada. Em 1989, a câmara municipal do Sabugal fez um protocolo com a DRABI para darem inicio a um campo experimental de plantação de castanheiros que esteve em laboração até mais ou menos 2004, altura em que voltou a ser abandonada. Em 2008, a Sabugal+ (empresa municipal) veio tomar conta da colónia e neste momento está a ser feito um levantamento do património existente para posteriormente ser recuperado.
Esta colónia é composta por um campo de pés mães, uma área de plantação, uma área de viveiro e campos de produção. No ano 2008, mal aproveitados, foram apanhados cerca de 900kg de castanhas retiradas dos campos de produção já existentes e onde se encontram castanheiros de várias espécies, tais como Verdial, judia, martainha, longal, cota, entre muitas outras também existem alguns híbridos que são resultado do cruzamento por polinização entre castanea Crenata e a castanea molíssima. Foi-nos dito que os castanheiros são atacados pelas seguintes doenças: o cancro e a doença da tinta. O cancro ataca o tronco em si; a doença da tinta ataca as raízes da planta, foram-nos explicados alguns métodos de tratamento utilizados na quinta para combaterem estas doenças.


O Eng. Emanuel Aguiar informou-nos que está previsto para aquele local uma quinta pedagógica que visa desenvolver o turismo ambiental e rural no concelho do Sabugal. Passamos cerca de 2:30horas na colónia e partimos em direcção a Quadrazais, rumo ao viveiro das trutas onde chegamos cerca das 11horas e no local fomos recebidos pelo Sr. Antoine Tavares, proprietário do local. Este falou-nos no seu trabalho que vai desde a maternidade sítio, onde são colocados os ovos das trutas, já depois de fecundados para se reproduzirem, primeiro nos tabuleiros porque os ovos quando eclodem o ser que dele sai não sabe nadar e traz uma espécie de saco colado ao seu corpo onde transporta os seus órgãos que mais tarde são absorvidos e aí este ser minúsculo começa a nadar. E é então colocado nos mini tanques onde ficam até atingirem o tamanho ideal para passarem para os tanques de engorda, onde vão sendo calibrados para posteriormente passarem para o tanque de onde vão sair para venda.
Este projecto teve início há cerca de 20 anos, o principal objectivo é a comercialização directa ao consumidor. O local tem também um restaurante e um bar, e um lindo espaço verde do qual o visitante pode usufruir. Existe também um lago onde podem praticar pesca, existindo trutas que deveriam atingir cerca de 2 a 3kg, isto só não acontece devido aos predadores como as lontras, garças, cobras, milhafres, entre outros. Das muitas espécies que existem no viveiro, o Sr. Antoine só tem a truta arco-íris, caracterizada por pintas pretas ao longo do seu abdómen, e a truta farios, espécie residente do rio côa que se caracteriza por pintas vermelhas ao longo da zona abdominal. O rio côa tem as características ideais para a criação da truta, já que o PH da água é de 6,9 e a temperatura é de, mais ou menos, 12 graus o que favorece o desenvolvimento desta espécie que suporta muito mal temperaturas elevadas, sendo que acima de 20 graus a sua vida já está em perigo e os tanques têm que ser oxigenados para que estas possam aguentar estas temperaturas.




Conclusão

Nesta visita fomos acompanhadas pela coordenadora de curso, a Dr.ª Sofia. Foi uma visita muito agradável, bem sucedida e bem acompanhada quer pelo nosso formadore e coordenadora, quer pelas pessoas que no terreno nos receberam. O Eng. Emanuel e o Sr. Antoine foram muito agradáveis, solícitos e acessíveis dando-nos tanto quanto possível todas as informações que acharam necessárias para o nosso melhor entendimento quanto ao que se passa no terreno.