sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Artesanato local

Vou contar uma historia…

Para preencher o tempo e ocupar o espírito, comecei a brincar com um velho livro de receitas de licores artesanais. Pegando nos infindáveis horizontes que se rasgam para a fabricação caseira de licores, seja com frutos, flores, folhagens aromáticas, ervas… dei largas à minha imaginação e com criatividade fiz experiências conjugando sabores, variando quantidades e temperos.
Inicialmente e por brincadeira, gostava de presentear os meus amigos com as minhas bebidas e geralmente a expressão que mais ouvi foi: “mas isto é bom!!!”.
Na primeira edição do Iberfolk (Setembro 2007), foi-me lançado o desafio de apresentar ao público os meus licores. Tendo em conta o festival de música e dança de cariz tradicional, nessa altura atribui a cada licor o nome de uma dança:
- chamarita (hortelã);
- chula (pêssego);
- malhão (ervas);
- vira (amora);
- corridinha (laranja);
- fandango (cereja);
- fofa (leite);
- pingache (morango).
O sucesso foi enorme, a aceitação por parte dos presentes foi muito acima de qualquer expectativa: esgotei o meu stock de licores!
O Iberfolk foi sem dúvida o grande impulsionador para a minha actividade.
Na segunda edição do Iberfolk (Setembro 2008), o êxito foi de novo repetido, desta vez com novos sabores e maior variedade e a promessa de criar um exclusivo para o festival.
Participei também em algumas feiras, como foi o caso da feira do Mundo Rural no Souto, a festa da Europa no Sabugal, a feira de artesanato em Sortelha… O meu posto de vendas privilegiadas é Sortelha no Largo do Corro onde convido todos a fazer uma prova. Os visitantes e turistas, de modo geral, gostam e compram. É um produto despretensioso, agradável, de diferente qualidade e único.
Continuo sempre a criar novos sabores e até agora a lista já vai um pouco extensa… mas quero que cresça mais ainda…
Licores de:
- laranja;
- limão;
- tangerina;
- café;
- leite;
- hortelã;
- poejos;
- tília;
- amora;
- funcho;
- marmelo;
- cereja;
- ginja;
- canela;
- cenoura;
- banana;
- castanha;
- romã;
- toranja;
- pêssego;
- figo e mel;
- pêra;
- maçã e canela;
- primavera (folha de figueira e amêndoa ou avelã), assim chamado por ter a cor verde e por ter sido criado na Primavera;
- ervas (camomila, cidreira, Lúcia-lima, estrela de anis, casca de laranja e um toquezinho de cravinho e canela), uma espécie de “chartreuse” à minha maneira.
O processo de elaboração dos licores é simples, eles têm corpo e alma. A alma é o álcool, a aguardente vínica que entre na sua confecção e o corpo, os frutos ou plantas que os vão aromatizar. Depois de um período de maceração, procede-se à filtragem e adiciona-se uma calda de açúcar. Após um período de estágio mais ou menos longo, estão prontos! E quanto mais velhos, melhores…
Para além dos licores, faço também doces, tendo sempre em conta a criação de novos sabores e fugindo à rotina dos doces mais conhecidos:
- abóbora e laranja;
- pêra e marmelo;
- ameixa e banana;
- figo e melão;
- marmelada de laranja;
- marmelada de limão.
E ainda os vinhos aromatizados, o meu vinho de amora que dizem ser “o must” e o vinho de laranja.
Posto isto, vou terminar a minha história deixando o convite para visitar Sortelha e ao mesmo tempo poderem degustar os meus produtos, ou então, através do contacto e-mail nide_sortelha@hotmail.com.

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