segunda-feira, 4 de maio de 2009

A Agricultura

BRASSICA OLERACEA VAR.CAPITATA


BRASSICA OLERACEA VAR. CAPITATA L.

O repolho. Brassica oleracea, grupo Capitata, é uma variedade peculiar de couve, constituindo um dos vegetais mais utilizados na cozinha, em diversas aplicações (sopas, conservas, acompanhamentos, massas, etc.). É uma planta bianual, herbácea, da família das Brassicaceae ou crucíferas, as folhas superiores do caule aparecem encaixadas umas nas outras, formando o que é designado como uma "cabeça" compacta (daí o título de Capitata, dada ao grupo cultivar).
Este tipo de cultivo formou-se por selecção a partir de espécies silvestres, mais semelhantes às couves-de-folhas do grupo Acephala (sem "cabeça"), originárias do Mediterrâneo, cerca do ano 100 d.C. Entre as variedades que, por sua vez, comporta, podemos citar a couve-roxa (considerada também como fazendo parte de outro grupo: Capitata Rubra) e a couve-lombarda (que também se pode considerar do grupo Sabauda). A chamada couve-chinesa, semelhante ao repolho, pertence a uma espécie diferente, do género Brassica (Brassica rapa, var. pekinensis).
O repolho é usado cozinhado ou em saladas. Como se conservava facilmente, foi um vegetal particularmente utilizado antes da invenção da refrigeração como meio de conversação de alimentos fresco.
O sumo da couve-roxa (ou o caldo onde foi cozida) pode ser utilizado como indicador de pH, ficando vermelho em soluções ácidas e azul em soluções alcalinas.
A couve é ainda usada frequentemente como principal ingrediente em dietas de emagrecimento, como a dieta da sopa que é, contudo, criticada pelos nutricionistas por ser desequilibrada.

Existem diversas variedades, com exigências de cultivo diferentes, tempo de maturação diferentes e que implicam também um consumo diferenciado. Enquanto algumas variedades atingem o ponto de colheita em 50 dias, produzindo cabeças reduzidas, a sua conservação é mais difícil, devendo ser consumidas rapidamente depois de colhidas. Outras variedades são colhidas cerca de 80 dias depois do seu transplante, produzindo cabeças de maiores dimensões e mais duradouras.

O repolho pode ser semeado directamente, ainda que o normal seja o plantio em canteiros, fazendo-se, posteriormente, mudas que são transplantadas definitivamente, com o devido espaçamento entre as plantas, para que se possam desenvolver de forma adequada.
O controlo de pragas (míldio, mosca-branca, lagartas, nóctuas e roscas) é importante, principalmente em caso de produção para venda posterior, já que os consumidores evitam as folhas danificadas.

Doenças

• Míldio (Peronospora parasitica)
• Potra ou hérnia da couve (Plasmodiophora brassicae)

Pragas
• Lagarta da couve (Pieris rapae,Tricholousia ni e Plutella xylostella)
• Rosca (Mamestra brassicae)
• Mosca da couve (Delia radicum)

Polinização
A maior parte das variedades da espécie Brassica oleracea são auto-incompatíveis: o pólen de cada planta é viável, mas ele só pode fecundar as flores de uma outra planta. Os insectos são os vectores das polinizações. A fim de conservar a pureza das variedades, é aconselhável isolar de um quilómetro duas variedades da espécie Brassica oleracea, qualquer que seja o tipo: couve-flor, couve-vermelha, couve-de-bruxelas, etc. Possível também, praticar um cultivo em gaiola, por alternância.

Quando duas variedades da espécie Brassica oleracea são cultivadas em gaiolas cobertas com véu, cada uma das variedades é colocada em polinização aberta (sem as gaiolas), um dia em cada dois, para que os insetos polinizadores possam fecundar livremente as flores. Entretanto, algumas variedades de couve-flor de verão, são auto-compatíveis. As porta-sementes dessas variedades podem então ficar em sob o véu. É aconselhável plantar um mínimo de 6 plantas porta-sementes por variedade, uma vintena sendo o ideal, a fim de garantir uma boa diversidade genética.

Produção de sementes
O fruto de Brassica oleracea é uma síliqua sem pêlos. Cada síliqua contém de 10 a 30 sementes. As maiorias das variedades de couve são bianuais. Entretanto existem variedades muito precoces de couve-brócolis de primavera que podem ser conduzidas como anuais. Nas regiões de clima muito doce, as couves podem ser semeadas por volta do final do verão e permanecer na terra durante o inverno.
Nas regiões com clima rigoroso, é aconselhável arrancar as couves cuidadosamente da terra com a aproximação das fortes geadas e hiberná-las, enterrando as raízes em areia ou em serragem de madeira, húmidas. O coração das couves também pode ser protegido por papel jornal. Couve-brócolis "Calabrese" As couves-pomos vão se conservar de dois a quatro meses em uma temperatura de alguns graus abaixo de 0°C e uma humidade relativa de 90-95 %. Elas são transplantadas na primavera quando a terra é trabalhável e que os riscos de geada passaram. Nós pudemos notar que essa transferência gera um certo stress e que muitas plantas não sobrevivem.




Um certo número de outras plantas tem dificuldade a se recuperar e não conseguem resistir aos pulgões da primavera. Deve-se cuidar primeiramente para que as plantas não sejam muito desenvolvidas com a aproximação do inverno e em segundo lugar para que as plantas porta-sementes não partam muito cedo à floração por causa de um esquentamento do inverno. Uma floração muito precoce é fadada ao prejuízo, na maior parte do tempo, por causa de geadas subsequentes muito fortes. Então é aconselhável, nessas condições, cortar as hastes florais a fim de que uma floração realmente fecunda possa emergir por volta do final do Inverno.

O Mercado Português das Couves
Couve é o nome vulgar, genérico, das diversas variedades da espécie Brassica oleracea L., pertencentes à família das Crucíferas.
A nível mundial, a sua produção é liderada pela China, com quase 50% do total, ocupando a Índia o segundo lugar com uma importância de 9%. A União Europeia tem uma quota na produção mundial de 7% e a Federação Russa de 6%.

Em Portugal, as couves cultivam-se por todo o país, não sendo exigentes em solos e produzem melhor em solos de pH neutro e em climas amenos e temperados. No entanto, as áreas de mercado mais representativas são o Oeste, Póvoa do Varzim-Esposende e Aveiro. No total, ocupam uma área cultivada de cerca de 10.000 hectares, sendo que a couve lombarda e a couve repolho representam quase 50% da área total.

Às tradicionais couves lombardas, penca, portuguesa, roxa, flor, tronchuda, repolho, brócolos e nabo (cabeça e grelo), juntaram-se recentemente a couve chinesa, que, embora com pouca procura, se vão impondo ao paladar português.

A importância desta família de hortaliças reside no seu conteúdo em compostos de enxofre, considerados como potentes antioxidantes que ajudam a prevenir doenças.
São muito nutritivas pela sua riqueza em vitaminas e minerais, como cálcio e magnésio. O seu alto teor em água faz com que sejam alimentos com baixo aporte calórico. Também abundam na sua constituição os hidratos de carbono e as fibras, seguidos de uma menor proporção em proteínas e gorduras.

Na culinária, são frequentemente utilizadas em sopas, cozidas, em saladas como guarnição em conserva, como é o caso do Chucrute.

As couves têm normalização obrigatória, mas nem sempre estão de acordo com as suas regras, nomeadamente no que diz respeito à embalagem, calibragem e apresentação, o que as desvaloriza quando confrontadas com igual produto vindo da União Europeia.

No mercado do Porto, a couve Penca ocupa um lugar primordial em termos de procura e volumes transaccionados, o mesmo acontecendo nos mercados do Sul com a congénere couve portuguesa.

A comercialização das couves, em geral, é feita por operadores comerciais e Organizações de Produtores, que colocam o produto junto de junto das cadeias de pequena e média dimensão. São também de considerar as transacções realizadas junto de grossistas e camionistas com actividade nos mercados abastecedores, bem como as efectuadas em mercados regionais.

O saldo da balança comercial no conjunto de todas as couves é positivo. Os principais compradores são a Alemanha (30%), a Espanha (28%) e o Reino Unido (23%) e a França (8%). Quanto à couve-flor e aos brócolos, o saldo comercial é altamente negativo, sendo importados principalmente da Espanha e Alemanha.

Relativamente à couve-de-bruxelas, o saldo da balança comercial é negativo, no entanto, o valor de vendas ao exterior tem aumentado nos últimos anos. No que respeita às aquisições deste tipo de couve, cerca de 56% e 32 % do valor foi proveniente de Espanha e Alemanha, respectivamente.
Nos próximos anos perspectiva-se a continuação do aumento da área de cultivo em estufa de couve penca e repolho, na área de mercado de Póvoa de Varzim-Esposende, como forma de ultrapassar condicionalismos climáticos, permitindo um abastecimento mais regular do mercado ao longo do ano.

RECEITA
Sopa de repolho com grão
Base da sopa
6 Batata,4 cenouras, 2 cebolas, uma lata de grão
Azeite e sal q.b.
1 Repolho médio

Coza a base, passe com a varinha mágica, junte-lhe o repolho partido e o grão, rectifique os temperos.


ELABORADO POR:

Alice Costa
Leonilde Gomes

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